João Batista Silva
Textos
Oito de Novembro - Texto 02
Aquela menina jovem, a linda noiva que sonhou, que tanto amou, foi, é e será a mestra de sempre, a professora dos ensinamentos literários, das cartas, dos incentivos à leitura, à escrita, aos bons momentos que não se apagarão jamais da história dos dois meninos e de muitos que compartilharam com eles.
O verdadeiro amor vencerá!
Com certeza...
O verdadeiro amor vencerá!
Mesmo que seja na eternidade, já que Kelly e Kenedy foram inflexíveis, incoerentes e infelizes com as decisões impensadas daquele dia. Apenas uma palavra teria evitado todo transtorno, tantas tristezas...
Oh amor!
Eu te amo.
Tu me amas.
Nós nos amamos.
Esse vocábulo precisa ser dito quantas vezes precisar, sorrindo, cantando, nos momentos de grandes alegrias, ou tristezas, às vezes, até chorando.
Nada é tão vergonhoso e cruel quanto a omissão dos sentimentos.
Naquele momento, só uma simples pronúncia teria evitado tudo:
“Nós nos amamos!”
Kenedy naquele dia oito de novembro de um mil e novecentos e setenta e quatro, comportou-se como um adolescente tomado pelos ciúmes, às vezes, pelas circunstâncias do amor à distância, um casamento que demorava em muito a se concretizar. Mesmo assim, atitudes torpes não foram agendadas entre os dois.
Um casamento adiado...
Que não se consolidou.
Um noivado que se evaporou como fumaça nas encostas.
Nada justifica a cruel decisão daquele momento, nem mesmo o tempo ainda se encarregou de apagá-la. Kenedy esperava que aquele encontro seria o momento mais lindo de sua vida. Seria decisivo! Tudo que imaginava encontrar aquele dia foi diferente.
Talvez tenham sido olhos de Kenedy naquele momento que estavam impedidos de ver tantas alegrias se perderem no espaço. Pode ser que sejam as inspirações que foram desfavoráveis. Exatamente não se pode concluir com êxito uma causa.
Uma imaginação pairava diante dos olhos do noivo quando viajava. Uma noiva sorrindo com a mais linda blusa de cetim, de saia azul clara, rodada e curta como era uso de mini-saia na época. Cabelos soltos ombros abaixo, o batom vermelho claro, as unhas com esmalte de cor correspondente. Aquele perfume suave, aquela noiva pronunciando: “Kenedy eu o amo”.

BOM DESPACHO, 08 DE NOVEMBRO DE 2004, ÀS 21:00 H.
João Batista Silva
Enviado por João Batista Silva em 16/01/2018
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