João Batista Silva
Textos
A Lâmpada do Amor
Confia-nos entender que, “Estrela d’Alva” é o nome dado ao Planeta Vênus, que se exibe no nascente antes do amanhecer e no poente após o anoitecer.
Uma estrela é um astro, uma grande lâmpada, um Corpo Celeste, que muitas vezes se perde em meio à constelação brilhante e refulgente, intocável e inatingível.
Estella, minha sonhada estrela... quantas são as mais diversas e emocionantes recordações de outrora... quando seus queridos pais residiram por muitos anos, por onde eu passava todos os dias. Eu, você, ainda jovens, uma juventude que se foi...
Cada minuto... cada letra, as palavras, as frases, as orações, os períodos, os textos... quantas cartas cruzamos ao longo do tempo. Tudo foi encantador, até que um dia, surgiu uma fatalidade e nós nos despedimos... Cada um seguiu seu destino. Não houve brigas, não houve resistência... até parece que não foi uma despedida definitiva, ou tão insuportável como parecia. É sempre assim, às vezes, de muitos sentimentos, não se lembram tantas recordações, principalmente quanto são complementares do vazio, que sufoca os afetos solidários de nossos entusiasmados desejos de sorrir, de viver livres como as andorinhas.
Que formosura, de nossa única e exclusiva vontade, de ser felizes a dois!
Quero, quem sabe um dia, gritar ao Pai Celeste e pedir que devolva-me seu amor, seu perfume, seus sorrisos... Que mande-me uma chuva de beijos, de felicidades, de saúde, paz e muito juízo.
Naquelas noites frias de junho, éramos aquecidos pelo amor em chamas que ferviam em nossas veias, em nossos corações, no fundo da alma.
Por que o reencontro do amor demora tanto a chegar? E quando chega, é como uma lâmpada sujeita a se apagar a qualquer momento... e principalmente nos momentos em que não se espera, mas normalmente após as tempestades vêm as calmarias e as virtudes dos heróis.
Quando jovem, como todos os jovens, sentia-me forte, às vezes insensível, superior aos sentimentos, aos desprezíveis olhares de ternuras intocáveis... Hoje o herói está abstratamente condicionado a uma rica fonte de canções inseridas aos declives. Não há para quem gritar e se gritar, não atingirá objetivos. Tudo se perderá no horizonte infinito do gigantesco espaço sideral, onde se agrupam às mais lindas constelações, e onde o amor é imortal.

BOM DESPACHO, 29 DE SETEMBRO DE 2004, ÀS 20:00 H.
João Batista Silva
Enviado por João Batista Silva em 28/09/2018
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